#07 | Jane Goodall no Brasil: o amor aos chimpanzés, à vida selvagem e a esperança por um mundo melhor
Com 89 anos, a primatóloga britânica visitou a região da Amazônia e fez uma palestra gratuita em São Paulo
Algumas pessoas desafiam todos os estereótipos que uma parcela da sociedade tenta criar sobre elas — a doutora Jane Goodall, britânica de 89 anos, é uma dessas pessoas. A poucos meses de completar nove décadas de vida, Jane veio ao Brasil e teve uma agenda intensa com visitas a povos indígenas, à Amazônia, a órgãos ambientais em Brasília e realizou uma palestra gratuita no Unibes Cultural, em São Paulo.
Jane Goodall é um ícone da conservação ambiental no mundo. Reconhecida principalmente pelo seu trabalho na primatologia, Jane conduziu estudos no Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia, e mudou a compreensão da sociedade sobre os chimpanzés.
Desde julho de 1960, quando Jane tinha 26 anos, ela não se adequa aos conceitos de outros sobre como deveria se comportar. Em primeiro lugar, por ser mulher, mulher cientista e mulher cientista conduzindo estudos de campo em um país diferente do seu.
Depois, ela ousou tratar os chimpanzés com respeito. Aproximou-se deles, deu nomes aos animais e defendeu que eles eram capazes de sentir empatia e diversas emoções parecidas com as dos humanos, como alegria e tristeza. Além disso, os chimpanzés conseguem criar ferramentas e colaborar uns com os outros. Esse foi apenas o começo de uma longa trajetória de dedicação à proteção da vida selvagem e da natureza.
Além de continuar a estudar e defender os animais por meio do Instituto Jane Goodall, hoje a primatóloga trabalha para dar esperança às pessoas e para fortalecer o seu programa de jovens, o Roots & Shoots. O objetivo é mostrar, desde cedo, que todos têm o potencial de deixar um impacto positivo no planeta.
Durante a passagem de Jane por São Paulo, nós, do Nosso Impacto, tivemos a oportunidade de participar de um encontro com ela. O resultado dessa conversa está no nosso podcast:
🐒 A BUSCA PELA EXPLORADORA
Se a oportunidade de um encontro com Jane Goodall é um baita privilégio, entrevistá-la duas vezes na mesma vida seria inimaginável até pouco tempo atrás. Foi o que aconteceu comigo.
Jane é conhecida por viajar durante mais de 300 dias do ano. Com essa estimativa em mente, qualquer pedido de entrevista parte do pressuposto de que a agenda dela é disputadíssima. Mas uma das grandes lições da vida como jornalista é que nada é impossível.
Fui repórter da revista Veja nacional por quase oito anos. Se não me falha a memória, em algum momento de 2017 decidi que queria entrevistar Jane Goodall. O caminho era por um formulário do site e, depois de tentar algumas vezes, não tive nenhuma resposta. Só aquele silêncio virtual que te deixa em dúvida até sobre a entrega da mensagem: será que receberam? Será que caiu no spam? Será que viram e ignoraram?
Até que em 2020, por alguma outra pauta que aconteceu no meio do caminho, retomei contato com o ambientalista norte-americano Thomas Lovejoy, que faleceu em 2021. Ele era aquela fonte extremamente generosa, solícito e disponível para ajudar mesmo quando os prazos eram apertadíssimos. Para se ter ideia do tamanho da pessoa, Lovejoy cunhou o termo “diversidade biológica” em 1980.
E Lovejoy fazia parte do grupo de exploradores da National Geographic, assim como Jane. E simplesmente pedi ajuda. Contei a história sobre as tentativas virtuais, a falta de resposta e perguntei se ele conhecia alguém que poderia me ajudar. Pouco tempo depois, os caminhos se abriram e consegui a minha entrevista exclusiva com Jane Goodall.
Para fechar o combo de histórias, quem escutar a entrevista no podcast com a tradução para o português vai ouvir, também, a voz da minha avó, Lydia Ferrazza, de 87 anos, que é professora aposentada.
Na hora de pensar em como adaptar as falas de Jane para o português, percebi que o caminho ideal seria usar uma voz que representasse uma mulher com a mesma idade que a dela. Depois me contem o que acharam dessa experiência. :)
Além da versão em português, vamos publicar a versão com as respostas originais em inglês para quem prefere ouvir as ideias e as opiniões de Jane na voz dela.
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